segunda-feira, 26 de agosto de 2013

Ex-agentes da Funasa contaminados por DDT dizem estar sem assistência

Só este ano, seis ex-agentes morreram sob suspeita de contaminação.
No Acre, pesticida era utilizado principalmente no combate à Malária.


Ex-agentes de endemias, da Fundação Nacional de Saúde (Funasa), contaminados pelo pesticida DDT (Dicloro Difenil Tricloroetano), utilizado principalmente no combate à Malária no Acre, alegam estar sem assistência médica. Só este ano, seis agentes morreram sob suspeita de contaminação com o veneno.
O pesticida começou a ser utilizado na Segunda Guerra Mundial para eliminar insetos e combater doenças comuns da época. É sintetizado pela reação entre o cloral e o cloro benzeno. O ácido sulfúrico é utilizado como catalisador. É altamente tóxico e de caráter cancerígeno. Seus efeitos se manifestam de forma lenta pelo organismo.
Aldo Silva trabalhou por mais de 20 anos como guarda de endemias juntamente com outros 540 agentes. O contato direto com o produto químico e a falta de equipamentos de proteção foram os motivos da contaminação. Do ano 2000 até agora, 84 mortes entre os agentes foram registradas.
Aldo se tornou o presidente da associação das Vítimas do DDT e luta pelo direito dos profissionais que hoje vivem com ele o mesmo drama. "Hoje nós travamos uma batalha muito ferrenha com o Governo federal e estadual, no sentido de que eles prestem assistência médica e hospitalar a esses trabalhadores contaminados por este inseticida DDT, altamente tóxico", conta.
Briga judicial
Desde 2008, esses agentes lutam na justiça para provar que foram contaminados pelo inseticida e receber assistência por parte do Governo Federal. Incluindo gastos com medicamentos e indenização por danos morais e materiais. Apesar dos exames comprovarem a presença do DDT no organismo de todos os guardas, a justiça não reconhece a contaminação dos agentes.
No estado do Acre, até o ano passado, era oferecida assistência médica às vítimas. Mas uma liminar suspendeu o serviço. E para quem precisa tomar mais de 4 medicamentos por dia, o que custa caro, as dificuldades aumentaram. "Meu maior medo é o desequilíbrio familiar. O medo de não conseguir atendimento médico. Para que isso não aconteça dentro da minha família, eu me preparo psicologicamente", diz Aldo.
A secretária de Saúde do estado, Suely Melo, garante que não o estado considera esses pacientes especiais e não pretende desampará-los. "Vamos discutir de novo quais são as dificuldades que essas pessoas estão tendo para acessar o serviço de saúde. Porque para nós, eles vão continuar sendo pacientes especiais. Se existe alguma falha nesse momento de comunicação entre esses usuários e a secretaria de saúde nós vamos superar", afirma.



fonte:http://g1.globo.com/ac/acre/noticia/2013/08/agentes-da-funasa-contaminados-por-ddt-dizem-estar-sem-assistencia.html

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